Resultados da busca - Marivaux, Pierre Carlet de Chamblain de, 1688-1763.
Pierre de Marivaux

O teatro de Marivaux retoma o lema da comédia ''castigat ridendo mores'' ("rindo, corrige os costumes") e constrói uma espécie de ponte entre o teatro tradicional italiano da ''commedia dell'arte'' e seus personagens (principalmente Arlequim) e o teatro mais literário, mais próximo dos autores franceses e ingleses da época.
Marivaux é considerado por alguns como o mestre francês da máscara e da mentira. Principal instrumento da mentira, a linguagem é também máscara por trás da qual se escondem os personagens. Estes são frequentemente jovens, aterrorizados diante da vida e da ideia de desvelar seus sentimentos. As aventuras psicológicas desses personagens, ao mesmo tempo complexas e ingênuas, desenvolvem-se sob o olhar dos mais velhos (os pais) e dos espectadores, que zombam deles, em uma mistura de indulgência e maldade.
Voltaire considerava o teatro de Marivaux de grande sutileza psicológica e dizia: ''Ele pesa ovos de mosca em uma balança de teia de aranha.'' Mas esse comentário deve ser interpretado como uma crítica ao teatro de Marivaux, que Voltaire considerava fútil e desinteressante, tendo sido um grande rival e crítico do dramaturgo, no seu livro ''Le Temple du goût''.
No século XVIII, seu sucesso nunca foi absoluto: os integrantes da Comédie-Française e seu público não o apreciavam, e o teatro italiano tinha importância secundária. Por outro lado, Marivaux sempre se manteve fora do clã dos grandes filósofos do seu tempo. Mas, posteriormente, já no século XIX, o sucesso das peças de Alfred de Musset provoca uma verdadeira ressurreição de Marivaux, que encontra então um público entusiasmado que o considera muito moderno, justamente em razão da complexidade, que lhe valera tantas críticas por seus contemporâneos.
Sua grande obra romanesca é ''La Vie de Marianne'' ("A vida de Marianne" cuja elaboração requer cerca de quinze anos (1726-1741). A partir de 1733, frequenta o salão de Claudine de Tencin, que se torna uma amiga preciosa para ele. Graças a ela, é eleito para a ''Académie française'' em 1742. A partir daí, escreve apenas algumas peças, encenadas unicamente na Comédie-Française.
Morre em 1763, decorrência de uma pleurisia, deixando uma magra herança financeira a sua filha. Fornecido pela Wikipedia